Mercado de trabalho

Chama a atenção a quantidade de jornais feitos para o público brasileiro em Londres. Até agora, encontrei cinco revistas mensais, um jornal semanal e um guia semestral, fora dois sites feitos também para quem está no Brasil e pretende vir pra cá.

Como jornalista, fiquei muito interessada em trabalhar em algum deles, óbvio. Mas a primeira impressão não foi das mais animadoras. Todos querem mão de obra, mas poucos estão dispostos a pagar por isso. É triste. O que eles afirmam é que pelo menos eu vou melhorar o meu currículo.

Concordo, fazer currículo faz parte do início da carreira. Mas a impressão que eu tenho é que o tempo de trabalhar de graça foi na faculdade. Fora isso, se os jornalistas se negassem a escrever sem receber, a imprensa se obrigaria a contratar alguém. Ao mesmo tempo, uma montueira de colaboradores não teria oportunidade de ter seu nome numa revista ou jornal de Londres, já que poucos seriam contratados. Podia ser também que, por falta de recursos para montar uma redação, muitas destas revistas nem existissem.

Anyway... Outro dia falo sobre o conteúdo das publicações. Beijos!

Saudade

É estranho quando a gente se dá conta que está com saudade... Eu nunca fui das que sofre horrores com isso, morei cinco anos em Floripa e nunca me desesperei pra voltar pra casa dos meus pais, em Lages, por exemplo. Mas agora, eu percebo a saudade como uma vontade imensa de compartilhar o que eu to vendo e conhecendo com os que eu amo.

Eu vejo um jardim colorido e imagino a minha mãe achando maravilhoso! Ouço o som dos pássaros nos parques e visualizo meu pai dizer qual bichinho está cantando. Olho pros dentes das pessoas só porque a minha irmã faria isso. Vejo pessoas num pub torcendo pelo seu time e lembro que meu irmão está louco por uma camiseta do Arsenal.

Mas não pára na família, cada bolsa em promoçao combina com uma amiga queridona, até o folheto de aula de dança colado na porta da lanchonete lembra um amigo querido... Mas confesso, o que mais aperta é conhecer um parque lindo e não estar passeando de mãos dadas. Eu sei, é brega, a distância me deixou mais apaixonada. Achei que ia ser o contrário, mas percebi que nesses assuntos do coração a gente não manda muito.

Enfim, tenho saudades...

Foto que a Rô tirou e eu achei muito boa, do Rio Tâmisa.


Foto minha do parque que tem em frente ao Palácio de Buckingham

Melhor do que qualquer aula de história!

Passar duas tardes no British Museum não é o suficiente para ver adequadamente tudo o que este lugar proporciona. É incrível o tamanho do museu e a riqueza histórica que ele tem. Já ouvi falar que para olhar cada peça, são necessários três dias de visita - também já vi turista dizer que ficou uma hora ali e "viu tudo" - só não sei como!

Enfim, as peças do museu vieram do mundo todo, África, Ásia, Europa, América, Oriente e por aí vai. Na realidade, não vi nada do Brasil e tentei passar por todas as salas do British. Existem peças no acervo com mais de 2 milhões de anos, parece até surreal. De todas as áreas, a que mais me chamou a atenção foi a do Egito, com suas múmias de pessoas e animais, como nas fotos que estou postando.

Outra peça importante do museu é a Pedra de Roseta, que possibilitou aos pesquisadores descifrarem os hieróglifos (escrita de antigas civilizações como os egípcios). A pedra possui a mesma mensagem escrita em três línguas - hieróglifos, grego e demótico egípcio - daí a importância da peça.

Pra quem ficou interessado, no site do Museu é possível fazer um tour on line por algumas áreas. Não é a mesma coisa, claro, mas dá uma idéia.

Depois dessa visita, fiquei pensando como é ser professor de história aqui em Londres - poder levar os alunos num museu como esse e de graça não tem comparação...

O motivo!

Eis aí o motivo da minha ausência no Blog - recebi a visita da Roberta, minha amiga queridona que estudou na UFSC também. De quebra, conheci a Egleh, amiga brasileira que a Roberta fez na França, em La Rochelle.

Na foto, estamos na frente da Tower Bridge, um dos lugares que visitamos. Prometo mais posts sobre nossos passeios, a foto foi só pra dar um gostinho e pra não deixar o Blog esquecido!

Beijocas!

No Supermercado

- A carne é muito cara, principalmente a de gado. Umas 300 gramas sai por R$15;
- Salmão tem quase o mesmo preço de galinha, se está em promoção;
- Nunca vi shampoo para cabelos oleosos! Aqui parece que o povo só tem cabelo seco e tingido;
- As frutas e verduras são, em grande parte, empacotadas;
- Aliás, tem muita coisa empacotada e pronta;
- Não tem alicate de unha pra vender;
- Pãozinho de trigo é raro, mas existem mil outras opções;
- As sacolas para levar as compras não são de plástico e se você não tem uma de tecido, eles te olham de cara virada;
- As bolachas de pacotinho são tipo cookies americanos, muito bom - tem as ruins, mas qualquer uma do Brasil seria ruim;
- Eu não entendo nada de vinho, mas já me liguei que são baratos;
- O leite é vendido em garrafa plástica reciclável em 500 ml, 1 e 2 litros;
- Morango e framboesa são frutas baratas;
- Não tem iogurte em saquinho, só copinho ou copão (tamanho copo de Coca Cola);
- Nunca vi tanta opção de enlatado na minha vida!;
- Os sucos de laranja prontos são ruins igual no Brasil;
- O suco de maçã verde é o mais comum, mas também encontrei de tomate;
- As promoções são sempre "leve três e pague dois", "dois pelo preço de um" ou ainda "se comprar três, economize 30%" - enfim, compre mais do que vc precisa, mais, bem mais!
- Só no meu bairro, na rua principal, tem uns três supermercados de grandes redes e mais um só de comida orgânica, um de comida árabe, outro de comida portuguesa, um de comida natureba e umas quantas vendinhas com mais vinho do que comida - é opção pra ninguém botar defeito!

Loucura, loucura, loucura!

Não entendo nada do clima daqui, nada. Hoje nevou! E MUITO! hahahha E eu falando do verão no outro post... Sem comentários! Mas pra minha felicidade, todo mundo disse que não é comum mesmo, que temos tido todas as estações possíveis em uma semana só! A prova são as fotos de ontem, eu nem tava com jaqueta...

Eu gosto de ter uma estação diferente a cada dia... Se não me der uma gripe, tudo bem!

Ps: Eu sei que estou com cara de sono. É que fui acordada aos gritos de "olha lá fora, levanta, levanta!" e em cinco minutos (mesmo!) tive que por uma roupa e sair pra tirar foto!

Regent's Park

Como prometido, fotos do Regent's Park, projetado por John Nash, em 1812. O parque é cercado por casas antigas super sofisticadas, além de um zoológico (que eu não entrei porque custava 18 libras!), uma mesquita que pode receber até 1800 pessoas e pelo Regent's Canal, da foto abaixo:

O parque tem uma área verde enorme, onde algumas pessoas jogavam rugby e outras futebol. Os esquilos andavam por todo lado e os cachorros alucinados corriam atrás deles, muito engraçado!

É verão, bom sinal, já é tempo...

... de abrir o coraçããão e sonhar!!! hehhe

O que eu mais escutei nessa semana em Londres é que o verão está chegando e com ele o sol, dias longos e mais quentinhos. Na realidade, a primavera acabou de começar, mas mesmo assim o assunto é verão, sol, calor e parques. Sim, parques! Londres tem vários deles e é só dar uma esquentadinha pra todo mundo resolver passear por lá, fazer um piquenique, ler um livro, ou praticar algum esporte. Eu não vejo a hora de aproveitar isso. Amanhã quero visitar o Regents Park.

Engraçado como o tempo mudou desde que cheguei aqui. Na primeira semana eu nem vi o sol, foi triste. Cinco e meia já era noite. Os dias estavam horríveis, choveu muito e o frio era de arrepiar (ainda mais pra quem veio do verão no Brasil). Na outra semana, deu de tudo, até neve. E agora o sol resolveu sair da toca e está brilhando lindamente! Com o horário de verão, sete e meia da noite ainda está claro. No auge da estação, o sol se põe só às dez da noite - perfeito! Prometo fotos quando eu for passear em algum dos parques. Amanhã, provavelmente!

beijos e saudades

Coisas de Londres

Descobri que as pessoas têm o costume de deixar eletrodomésticos, eletrônicos e móveis na frente de casa quando não querem mais, pra alguém passar e pegar. Na primeira vez que eu vi, achei que era lixo mesmo, sem valor algum. Agora sei que quando realmente não funciona mais, o pessoal corta o cabo de eletricidade para que ninguém se dê ao trabalho de levar pra casa e testar.

Fora isso, no site Guntree, que é tipo um classificados de Londres, muito famoso por aqui, tem uma área específica só para doação de objetos para casa, móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, enfim, o que você imaginar. A partir de agora, antes de comprar alguma coisa, vou analisar primeiro se não consigo de graça!

Choque Cultural

Na aula de hoje o tema debatido foi choque cultural. Lemos um artigo feito com pesssoas que viajam muito ou que estão há algum tempo longe do seu país de origem, como estudantes e empreendedores internacionais ou diplomatas. O artigo dizia que cada um reage de uma forma diferente à mundança, mas que mesmo assim todos passam por cinco estágios:

1 - Lua de mel: Quando tudo no país é maravilhoso e você acha que deveria morar pra sempre no novo lugar. É o estágio do turismo. Tudo é novo e lindo, você não reclama, acha diferente e legal.
2 - Choque: Quando nem tudo são flores e alguns problemas se tornam maiores do que deveriam ser. Tudo no seu país de origem parece melhor do que no novo lar. Você sente vontade de voltar pra casa.
3 - Adaptação: Você percebe que se não se adaptar, vai sofrer mais, então começa a tentar criar uma rede de contatos pra se sentir integrado.
4 - Aceitação: É quando você já se adaptou ao novo lugar e aprende a aceitar as diferenças culturais numa boa. Digamos que você tem duas culturas numa pessoa só.
5 - Segundo choque: Você volta pra casa e lá tudo continua igual, as pessoas não mudaram, mas agora você está diferente.

Eu até agora tento descobrir em que estágio estou. Acho que a lua de mel está no fim e o choque cultural às vezes me incomoda. Ao mesmo tempo, estou tentando fazer novas amizades e ainda nem conheci toda a cidade... Meus estágios parecem meio misturados! O povo da sala, no entanto, tinha bem claro o seu estágio. A russa estava em eterna lua de mel. Ela e o colombiano não viam problemas em Londres! Bonitinho esse olhar tão apaixonado!

A polonesa estava na adaptação. O francês e a outra brasileira, na fase de aceitação. A turca , que mora em Londres há quase um ano, estava em choque ainda. Tive pena. A timidez às vezes atrapalha um pouco. Tomara que a minha fase de choque não se estenda por muito tempo.

Na foto, pessoal da minha antiga sala. Nessa segunda-feira muitos mudaram de nível, outros de sala e duas pessoas terminaram o curso. Ou seja, apenas uma das pessoas que citei no blog está na foto.